29.1.10

às vezes, para ultrapassar.







quem precisa de instrumentos? palavras são balas perdidas.
a ordem é se perder no barulho e sair dançando. 
a batida, não para nunca.






28.1.10

dirigir só pra atravessar o mundo.






a gente insiste e quer não precisar daquilo que sente. começa a guardar tanta coisa e nada ao mesmo tempo. ficar bem, minha querida, é ter que lutar com feras todososdias, o que incluí as de dentro, as mais arredias. vista suas pequenas coragens e fixe o olhar adiante: as armas estão em nossas mãos.



[te desejo uma força que não cabe imaginar  
e uma fé que move.]






27.1.10

isso lhe dava às vezes estado de graça.






e lhe escorriam sorrisos 
enquanto colocava os pensamentos em movimento: 
de mãos dadas eles brincavam de roda, 
sem se preocupar com o tempo consumido. 
para eles, felicidade é dança simples
basta rodar.








26.1.10

eu entro nesse barco, é só me pedir.







e seguiu a noite cantando a mesma pergunta:
"e a vida, e a vida o que é diga lá meu irmão?"

percorreu o caminho de volta atrás da resposta.
enquanto isso, se agarrou no que se é.







25.1.10

em mim fez sol.











olhos com fome do que virá.








24.1.10

procure ser árvore.







entende uma coisa, 
o tempo segue parado ao lado de quem aprisiona o tentar
porque o próximo instante quem faz é o acaso. 
aprende: 
é na brisa que se mede a intensidade do pensar 
e de mãos dadas com o deixar é que se vai além.






22.1.10

começa assim mesmo.



sabe, esthér, às vezes é preciso carregar a coragem nas mãos. 
como se fosse preciso uma arte para se chegar longe. 
não importa o quanto você procure em lembranças, sorrisos e olhares. 
o perto, mora ao lado 
e abre todos os caminhos do mundo 
aos que carregam nos ombros um coração. 
e não tem mistério nenhum, mas não revele o segredo a ninguém.

te abraço longe,
ágatha.






21.1.10

"aonde fores vai com todo o teu coração"





transitava entre as intensidades 
e levava nas mãos o verbo seguir
era um fazedor de sentidos.





20.1.10

o raro vem para a mesa.






o meio é mais confortável, eu sei. 
mas, extremidades são combustível: é que meio, sempre vira mesmo.





19.1.10

de encontro ao vento.






hoje acordou com o coração feito bússola: aponta pra fé e rema.







18.1.10

as coisas mais leves.







tem dias que a gente descobre, 
um pouco talvez,  
mais da gente.




15.1.10

quem costura sou eu.







abriu o que corria ali dentro, com as pontas dos dedos: 
quando o ar lhe faltava nas entranhas
era porque os olhos estavam voltados para o avesso, 
recuperando sorrisos.







14.1.10

nunca soube me economizar.







escreveu em letras grandes no diário do que não cabe:

mas é que as coisas dizem, 
mesmo quando estão caladas.











"... talvez meu lado de dentro seja um relicário..."
Jaya









13.1.10

12.1.10

soltos pelo riso, nunca amarrados pelo grito.







a emoção não cabe na palavra: 
é por isso que tem uma fresta por onde transbordar.







11.1.10

é bom deixar.








sentido 
é convergência por 
dentro.












9.1.10

de desatar auroras.







fez um colar de pequenas coragens e
pra cada conta repetia: 
é preciso sentir
desmedidamente as pequenas coisas.








8.1.10

quase sempre.






olhe para dentro
e para fora,
olhe para sempre.
 
mas olhe sente.

a coisa do olhar
da coisa sente,
essa coisa:

um caminho de fogo
no pulso,
na pele.


sente.







7.1.10

"Viver é um descuido prosseguido"





me deixa contar segredos:
não há existência.

a verdade é mais complicada.

a verdade acha quem tem existência.
a verdade acha pouso.

te deixa ficar.











5.1.10

dançar com a vida.





acordei com uma frase passeando pela cabeça:
"é preciso encher o vazio de palavras"

é que as palavras sempre florescem costuradas em cores.





4.1.10

um colar de lembranças para contar.






guardava no compartimento esquerdo 
uma mala com histórias, lembranças, sorrisos, olhares. 
era com ela que fazia uma espécie de pescaria do tempo: 
cada vez que lançava o anzol recuperava uma nova pérola.





3.1.10

tão infinito.








da janela, soprou três vezes, ao vento, a mesma palavra começada com fé:



felicidade

fe li ci da de

f   e   l   i   c   i   d   a   d   e 



quem acredita sabe que é no desejo que a força mora.







1.1.10

das alegrias que começam a florir dentro da gente.








se a esperança cria raízes, 
coração vira jardim.