31.7.09

era muito colorido, muito belo.

-
foram palavras macias.
era fácil perceber o que acontecia ali, era simples e muito bonito.
vinha de dentro. e tomava conta de fora.






"há algo de muito belo nisso."

caio fernando abreu.

radiohead.



"i saw a light coming home"

30.7.09

essa frugalidade das emoções.

-
segurou a linha com a ponta dos dedos.
e apertou o nó.
deu três sopros sorridentes, delicadamente.
e colocou dentro do bolso.

queria guardar, tudo o que cabia naquela linha.
tudo, tudo, tudo.





"eu fiquei olhando aquelas estrelinhas no céu do quarto,
sem entender nada."

caio fernando abreu.

29.7.09

só aquela ternura distraída.

-
mas, era feita de botões.
no desabrochar de cada um deles,
descobria pequenas particularidades de si mesma.
sorria, então.








"hoje fui ao cartomante poderoso.
ele garante: sim.
é risonho o meu futuro."

caio fernando abreu.

28.7.09

essa pequena epifania.

-
qual o sentido da vida?
a vida, vai pela esquerda.
um caminho deliciosamente sem volta.






"é tão bonito quando a gente vai à vida
nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração."

gonzaguinha.

27.7.09

pequenos momentos eternos.

-
eram insólitas, com lados de luz.
tinham um jeito manso de chegar, como se pisassem em nuvens.
mas dava pra sentir tanta tanta tanta energia.
e ela ficava assim: infinitamente lambuzada de emoções diversificadas.




"portas e janelas todos os dias escancaradas, porque era para sempre verão..."

caio fernando abreu.

24.7.09

tudo corre melhor, mais solto.

-
mas ela gosta de colecionar segredos.
coisas grandes, que ela guarda dentro de uma caixinha.
é doce, doce, extremamente doce, tão doce.
e ela fica ali, mastigando alegrias.





"assim, sem pedir, sem esperar."

caio fernando abreu.

23.7.09

o mundo é maior daqui.

-
e é pura matemática.
somar sorrisos e dividir olhares.










"é assim que me sinto: amanhecendo."

caio fernando abreu.

22.7.09

bonito de se ver.


-
esse era o seu jeito, de guardar o tempo.
ficava parado e tudo ao seu redor girava girava girava.
era pra levar dentro, tudo o que fazia parte demais.




"alguns dizem que há castelos pelo caminho."

caio fernando abreu.

21.7.09

um mundo inteiro de ís.


inexplicável incomparável inquientante intenso implícito inigualável incrível imenso intrínseco instigante interessante iluminado inebriante incalculável impressionante insubstituível importante inteligente incontestável impróprio interligado inesgotável incessante indivisível íntimo reticências

20.7.09

era apenas perfeito.

-
desamarrou o laço e tirou a tampa.
ficou na ponta dos pés pra olhar lá dentro.
e foi muito muito muito bonito. ela tinha ganhado um segredo.










"foi um dia tão bonito ontem,
mas repito,
foi um dia tão bonito ontem."

caio fernando abreu.

18.7.09

enfeitiçando estrelas.

"calmarias em dias tropicais: inverno e pôr-do-sol ao amanhecer."

caio fernando abreu.










-
agora é assim.
todas as noites são ansiosamente esperadas.
porque depois, ela amanhece por dentro.

17.7.09

tesouros escondidos pelos cantos.


-
acordou.
o coração batia acelerado.
porque hoje, ela levantou de braços abertos.
para abraçar o mundo.
pequenas extravagâncias. grandes magias.

16.7.09

suspiro, então.

"gosto de plátanos, gosto de folhas. gosto de tudo o que ameaça morrer e de repente se levanta, mais vivo ainda, surpreendendo a todos."

caio fernando abreu.








-
mas é que no céu dela, as nuvens eram de algodão doce.
e ela se lambuzava.
gosto tanto desse jeito de ver as coisas.

mas é azul à minha volta.

-
e foi tudo feito música.
daquelas feitas para o ouvido.
bonita de sentir. sutil de se ver. de dar calafrios de sentir.
um caminho de bemol, sustenidos e oitavadas.
coisas que acontececiam no compasso da delicadeza.
assim, sem pressa alguma. iam flutuando.
tão completo. tão.



"é agora que quero dividir maças, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena."

caio fernando abreu.

15.7.09

a n i v e r s á r i o.

-
final de uma primavera. começo de outra.
exponho meu mundo, sem pudor. colorido.
todos os abraços e beijos, diversificados.
e uma atenção no brilho de cada olhar.
afinal de contas, hoje o dia nasceu pra mim.







"...aí recebi tanto carinho que fui ficando até hoje."

caio fernando abreu.

14.7.09

o tempo é só uma questão de cor, não é?

"por que não se render ao avanço natural das coisas, sem procurar definições? como uma primavera, em mim."

caio fernando abreu.









-
já aprendi com as primaveras, a me deixar levar.
fecho os olhos, abro os braços e flui. barquinho na correnteza.

em nossos abraços, em seus sorrisos largos.

-
mas ela sabia todas essas interessâncias.
era só fechar os olhos.
todas as noites, subia as escadas. e ia para o céu.
e via o que era mais bonito acontecer: todas as esperanças amanhecendo.
coisas que, só ela sabia.
coisas que a faziam mais bonita.



"...ela sorriu, então um dos cantos da boca ergueu-se fazendo subir também uma das sobrancelhas, enquanto o olho quase fechava, embora brilhasse mais intenso assim, por entre as pálpebras meio inchadas, quase invisível. tinha um pouco de criança quando sorria desse jeito. e de demônio. demônio astuto..."

caio fernando abreu.

13.7.09

nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar.


-
fechou os olhos, fazia tanto bem.
era algo como, um novelo de paz desenrolando por dentro.
de um lado, ele. de braços abertos.
protegendo aquela coisa toda linda.
havia ali, uma estranha e secreta harmonia.
e em cada espuma daquele balanço, se fazia nova.
uma alegria feita de g r ã o s.
daí, percebeu.
que, cada suspiro, servia pra aumentar ainda mais a força daquela primavera.

6.7.09

é quando fala o íntimo.


"acontecem coisas estranhas quando estou num espaço muito amplo. uma vontade de voar, parece que bastaria abrir os braços para fundir-me com o céu. ao mesmo tempo, dá vontade também de ficar na terra, e viver, viver muito, com todas as miudezas do cotidiano. impressão de ser maior que tudo, sensação de força, certeza de vitória, vitória tão certa e fácil como as coisas da natureza que se mostram ali. e também uma grande humildade, consciência de ser ínfimo em relação ao azul-azul do céu, ao azul-em-cor do rio. procuro palavra para definir o que sinto e não encontro. talvez elas nem sequer existam, talvez seja apenas um fluxo mais forte de vida abrindo os sentidos, embrutecendo o raciocínio".


caio fernando abreu.


-
era tão transparente, que pudia se ver a delicadeza através da moldura.

hora da estrela.

-
naquela noite, todas as suas palavras resolveram andar de mãos dadas.
e era por isso que ele achava que os olhos dela clareavam.
é que ao redor, só se pudia ver o brilho.







"sorriu. os dentes muito claros. punhalada de luz."

caio fernando abreu.

4.7.09

cheio de pontos dourados nas pupilas.



-
ela também gostava muito.
se entregava a sorte assim, de olhos fechados.

3.7.09

tão simples, tão clássico.


"o belo fica ainda mais belo, quando também é forte? pois é."

caio fernando abreu.


-
ela gostava de ver a vida a pé.
ainda mais quando ia de mãos dadas.

aquela carga embrutecendo.


-
mas era um processo interessante. pertubador.
avançava tão rápido, que já tinha culminado no ápice.
de uma maneira tão seca, que havia atingido o nível das imagens.
as cores haviam se perdido. aquele lugar era sombrio, nublado.
e o que restava, aparentemente, era uma espécie de loucura.
uma coisa qualquer que definhava.
e que ninguém poderia jamais imaginar aonde iria terminar.

e a menina que observava a tudo, através da greta, cada vez mais se assustava.

queria dançar sobre os canteiros.


"gold lions gonna tell me where the light is,"

-
e ilustra tão bem. tão.
God!

2.7.09

te mando retalhos de felicidade.

"o céu está cada vez mais claro. alguns pássaros começam a cantar. tenho vontade de cantar também. um canto feito de palavras, não como o antigo. 'daqui a pouco vai amanhecer. há um vago cheiro de mar solto nas ruas...'"

caio fernando abreu.


-
e tá tudo tão completo, que preenche o ser.
os tons variam entre a delicadeza e a sutileza.
as formas, entre o imponente e o encantador.
instigante, beibe.
e a menina, aumentava cada vez mais a sua paleta de cores.




"então uma canção brotou do fim de mim, e eu cantei..."

caio fernando abreu.