30.10.09

mais esperança nos meus passos.



foi caminhando na chuva que descobriu
um jeito de distrair o tempo e roubar horas:
é que lavar a alma, renova esperanças.

29.10.09

é que tem mais chão nos meus olhos.


tinha um cheiro azul, 
com jeito de lágrima fujona, 
que queria rolar. 
quando era assim, 
deixava a alegria tomar conta 
e chovia sorrisos.

27.10.09

Fico pensando se viver não será sinônimo de perguntar.


sabe o que é, moço, guardo lembranças no baú
e sonho com o que há de vir.
é que a gente, urgente pelo adiante, 
só acontece depois de uma sequência de agoras.

26.10.09

desde que fosse profundo.







gostava das noites que dormia com a colcha rosa em que a filha costurava sonhos:
se sentia protegida do mundo.

25.10.09

sorri de repente.


raquel gostava de viver no meio dos bichos.
era dali que tirava os pedaços da sua personalidade
e fazia composição.

24.10.09

lá na frente, tudo se explica.


repete tododia e três vezes, que é pra dar sorte:
que tudo seja leve, que tudo seja leve, que tudo seja leve.
é que o que tem muita força, sempre há de ser.

23.10.09

um gosto de estrela me veio à boca.


em noites de surpresa, pegava carona nas palavras de pé de ouvido
e achava a escada que ia dar no céu.

22.10.09

sabe a delícia que é ser flor nas asas do vento.


em dias nublados, gosta de sentar descalço na varanda
e sentir o cheiro da chuva:
descobriu que pequenos prazeres são à prova d'água.

21.10.09

as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar.


dentro daquele mundo, só cabiam detalhes.
é que ele se fazia aos poucos, porque queria ser muito grande.
queria ser sem ter fim.

20.10.09

fiel ao que sinto.




"Que tudo seja leve
de tal forma
que o tempo nunca leve."

Alice Ruiz












-

minúsculos sons flutuavam pela sala: o levantar de sobrancelhas, o tempo de um suspiro, o espaço entre o piscar, a largura de um sorriso e a frequência do entrelaçar. eram lembranças que fazia questão de guardar dentro de uma caixa especial, à prova de tempo: o coração

.

19.10.09

um jeito de ver beleza nas coisas.


eram delicadezas feito essas que  faziam os suspiros.
ficava lembrando delas várias vezes por dia,
eram seus pequenos prazeres.

18.10.09

as pessoas são sempre o que de melhor existe.


quando viu aquela roda, tão grande, abriu os braços e se deixou levar.
ficou parada bem lá no meio, recebendo cargas de amor enquanto girava.

16.10.09

um tempo novo, eu cantava.


hoje, abraçou bem forte uma árvore 
e renovou todo o de dentro.
estampou sorrisos no rosto 
e saiu pulando por ai. 

15.10.09

e ama.



depois que aprendeu a escutar os caminhos, levava a vida devagar
e possibilidades na sacola.

14.10.09

e sim outra coisa.



separou a dedo cada um deles: é que aprendeu que só precisa escutar os caminhos.

13.10.09

o que de melhor existe.



depois que descobriu que as palavras enviadas pelo vento têm muita força, guardava todas.



 

12.10.09

deixar só o verde, o vivo.



quando a curiosidade é espera ansiosa de criança, 
que a pressa seja de somar sorrisos.


10.10.09

há que ser medida pelo encantamento.


eram noites com nuvens curiosas onde o tempo encostava sua pele, acalmavam o mundo de fora e despertavam o de dentro:
chamava de intensas.


9.10.09

lê a energia das vontades.


depois de muito treino, aprendeu a dançar por dentro. 
e via música pra todos os lados.

8.10.09

anoitecer dançando.


e quando os pés têm fome de liberdade, deixa voar.

7.10.09

não importa para onde a gente aponte.





enquanto a chuva desaba, lava alegrias: tem um varal especial para pequenos detalhes.

6.10.09

uma alegria de se entornar.


foi mesmo por um comichão de urgência, um desasossego de seguir a sequência passo a passo,
uma ânsia de se mover por dentro.

É que gostava daquelas ventanias poderosas, que desorganizam e reorganizam a gente por dentro.

5.10.09

matéria-mágica que se me dá.



tenho mesmo que ir, seu moço. é que o tempo, que a gente não vê passar, passa assim mesmo e não manda lembranças.
sigo atenta com ele, tenho pressa de vida.

3.10.09

apenas pelo prazer de mergulhar.


viu caminhos nas vírgulas e decidiu trocar pontos finais por reticências: tinha os braços por demais pequenos para o tanto de mundo que desejava abraçar. Continuava esticando...

a vida grita.


vezenquando criava cantos: sentava no banco só pra ver a roda girar, achava bonito ver as coisas de outros ângulos. esses eram os momentos em que fabricava espaços de
res

pi

ro
.

2.10.09

começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam.




acordou com cazuza soprando ao pé do ouvido: "quem tem um sonho não dança..."
decidiu fazer um quintal para plantar seus sonhos.

1.10.09

dar voltas.




... e brindou: a dias mais leves.