31.8.09

sorriu ainda mais quando,

"meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. a brisa sopra..."

caio fernando abreu.


-
aprendeu que arrancar ervas daninhas era preciso. gostava de enterrar as que encontrava. jogava bastante terra. e continuava a andar. ia cavando buracos e plantava plantava plantava. regava e deixava ao sol. via crescer, e como crescia. enchia o peito de suspiros enquanto observava delicadamente as flores mais bonitas.




mas, bem mesmo fazia quando colhia o desabrochar.




*o que toca: radiohead - nice dream.

30.8.09

essa simples e tranquila alegria.

"coisas claras, panos brancos, incensos e flores."

caio fernando abreu.



-
em dias assim gostava de colecionar segundos diferentes.
porque depois, fazia mosáico do tempo.








*o que toca: radiohead - 2+2=5

29.8.09

bonito de se ver.

"pacientemente sentei e esperei que a chuva cessasse (...). o calor veio aos poucos e o céu foi limpando com o tempo (...). o meu céu ficou azul, então... e aqui já não chove mais."


-
porque é preciso esvaziar invernos e encher-se de sol.
é preciso fazer-se flor.










*o que toca: the gossip - standing in the way of control.

28.8.09

para sorrir de lado.

"tenho a impressão que alguma coisa muda e muda forte. não sei bem o quê."

caio fernando abreu.




-
esse jeito de ver além dos olhos, de ouvir além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio, tão clara.
porque a estrada vai muito além de.








*o que toca: feist - mushaboom.

27.8.09

e ir aonde o vento for.

-
essa coisa de pegar carona nas horas, definitivamente, não era com ela.
ela era muito agora.
e o agora dela, era do tamanho do mundo.









"certas coisas são tão evidentes, apesar de inexplicáveis, que a gente não pode deixar de acreditar."

caio fernando abreu.



*o que toca: gotan project - la viguela.

26.8.09

na pele, um segredo.

-
tem dia que as flores brotam de dentro.
é preciso encher-se de primaveras.










"enquanto dentro de ti ela se faz quase tangível de tão clara."

caio fernando abreu.




*o que toca: george michael - faith.

25.8.09

e não há lógica que faça desandar.

-
gostava de coisas pessoas situações que não limitavam.
achava bonito barco na correnteza aviãozinho de papel bolha de sabão.
ficava curiosa com a liberdade. e, completamente apaixonada com o verde de mãos dadas com o azul: a esperança, abraçando o infinito.



"mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer,
pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer
e ainda não sei o que será."

caio fernando abreu.



*o que toca: jose gonzalez - heartbeats.

24.8.09

"o gosto é bom, eu te dizia. e não impede a asa..."

-
mas o plano que tinha era no tom.
abraçava a felicidade num aconchego sem fim.
porque pra ser feliz, era preciso muito pouco: era só estender as mãos.








"e sorriram, os olhos sorriram, por sobre a boca imóvel."

caio fernando abreu.




*o que toca: little joy - brand new start.

22.8.09

mas, absolutamente incrível.

-
quando era assim,
ficava com os olhos marejados.
mas não era salgado, feito lágrimas de mar.
era doce. tinha um gosto doce. feito rio. era calmo.
e ela ria grande. porque era ai, era ai que brotavam os espaços azuis.






"com a flanela elimino a poeira da luneta (...) para que não se embacem os astros, os destinos."

caio fernando abreu.




*o que toca: her morning elegance - oren lavie.

21.8.09

simples prazeres.

"sempre posso parar, olhar além da janela."

caio fernando abreu.











-
ela ficava ali no centro.
cercada de mãos, beijos, dedos e abraços.
dentro de tudo que cabia nela.
nem precisava abrir os olhos pra ver rodar.
e rodar, rodar, rodar.
feito uma ciranda. cheia de bem-me-quer.




*o que toca: two steps - dave mathews band.

20.8.09

"sê todo em cada coisa. " (f.p)

"continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores."

zélia gattae.









-
era lindo quando pescava certezas no olhar. sim sim.
e o que vinha depois: sorrisos que derreteriam até mesmo satélites.




*o que toca: dull life factory superstar - yeah yeah yes.

"aquela loucura de flores e cores do lado de fora era a vitória dela." (c.f.a)

"alice, alice, minha filha, quando é que você vai se convencer que não está mais do outro lado do espelho? (...) teve certeza. ou claras suspeitas. que talvez não houvesse lesões, no sentido de perder, mas acúmulos no sentido de somar? sim sim. transmutações e não perdas irreparáveis, alices-davis que o tempo levara, mas substituições oportunas, como se fossem mágicas, tão a seu tempo viriam, alices-davis que um tempo novo traria? não era uma sensação química. (...) estava exatamente como era, sem aditivos. vou-me embora, pensou: a estrada é longa."

caio fernando abreu.



-
fechou a janela e deixou a meia luz.
gostava de ficar ali, de olhos bem fechados.
escutando o som do ar, o tom da voz.
pequenos momentos atemporais.



*o que toca: do sétimo andar - los hermanos.

19.8.09

parece não comportar a sensibilidade.

-
em dias assim, gostava de apertar o pause. e gravar cada fração de cena. ficava toda boba quando conseguia guardar olhares e provocar sorrisos. passeava pelo tempo ali de dentro, sem se preocupar com a pressa de lá de fora. fazia disso tudo uma dança. uma dança, na qual o compasso era de batidas: tum tum, tum tum, tum tum.


"e uma corrente tão forte de amor e energia que amor e energia brotaram dentro de mim até tornaram-se uma coisa só. o de dentro e o de fora unidos em pura fé."

caio fernando abreu.




*o que toca: mapa do meu nada - cássia eller.

18.8.09

quem acredita sabe encontrar.

"... e agora começa a sorrir com uns-dentes-claros-muito-bons."

caio fernando abreu.







-
pra ela, abraços eram feito palavras ocultas.
em cada um deles descobria uma passagem secreta.
depois gostava de ficar ali, decifrando segredos.



*o que toca: snow - red hot chili peppers.

17.8.09

trajetos por teus fios.

"acordei sem a menor dificuldade, espiei a rua em silêncio, muito limpa, as azaléias vermelhas e brancas todas floridas. parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. respirei fundo. o ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. setembro estava chegando enfim."

caio fernando abreu.


-
depois que descobriu que cada dia tinha um sabor,
se deliciava vivendo.





"então eu agradeço, eu tenho medo e espanto e terror e ao mesmo tempo maravilhamento e outras coisas com e sem nome, mas agradeço. aos deuses dos jardins, aos deuses dos homens, aos deuses do tempo e até aos das ervas daninhas que nos fazem lutar feito tigres feridos fundo no peito, sim, eu agradeço."

caio fernando abreu.




*o que toca: tangle up in plaid - queens of the stone age.

15.8.09

"- não está me reconhecendo? sou sempre eu."

"nunca tinha sido tão intenso, nem tão bonito. nunca tinha tido um jeito assim, tão forever."

caio fernando abreu.


-
hoje, abriu sua caixinha de segredos.
encontrou mãos que voam, sorrisos diversificados e
olhos que falam.

em demasia, o resto não sabia contar.




"pólen solto no ar."

caio fernando abreu.




*trilha: gatas extraordinárias - cássia eller.

14.8.09

tempo infinito num só, esse é o eterno.

-
quando acordava com os olhos cheios de estrelas,
gostava de deixar o vento a levar.
porque ela era leve. muito leve.









"deixa o vento soprar, let it be..."

caio fernando abreu.


*trilha: reckoner - radiohead.

13.8.09

num impulso aproximou ainda mais seu próprio rosto.

"...tão bonito, o outro rosto sob seus olhos."

caio fernando abreu.









-
pra ela, a melhor hora do dia
era quando ia procurar cenas em poças d'água.




*trilha: weird fishes - radiohead.

12.8.09

"se percebia pelo sutil entreabrir das pálpebras."

"viver é bom demais, dear deep. e veloz, meio gincana, às vezes. pegue tudo a que você tem direito, e nós temos direito a absolutamente tudo de bom."

caio fernando abreu.

-
era em momentos assim,
quando fazia releituras de olhares:
descobria espaços secretos.









"dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver."

caio fernando abreu.

11.8.09

faz parte do ciclo.

"tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. de sol quando acorda. de flor quando ri. ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. lambuzando o queixo de sorvete. melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. o tempo é outro. e a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. tem gente que tem cheiro de colo de deus. de banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do papai noel. tem gente que tem cheiro das estrelas que deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na terra. ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. recebendo um buquê de carinhos. abraçando um filhote de urso panda. tocando com os olhos os olhos da paz. ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração. tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. do brinquedo que a gente não largava. do acalanto que o silêncio canta. de passeio no jardim. ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. corre em outras veias. pulsa em outro lugar. ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos deus está conosco, juntinho ao nosso lado. e a gente ri grande, que nem menino arteiro."

carlos drummond de andrade.


-
mas via algo único, ali.
todas as possibilidades do novo, acontecendo.
felicidades amanhecendo.

10.8.09

onde o que a gente é apareça.

"tudo é só estrada que corre e corre, e todas as estradas vão para o mesmo lugar. que as paisagens em volta desta estrada sejam belas, então. and that's enough."

caio fernando abreu.





-
e com os dois pés, bem cravados no chão.
ela caminhava sobre a linha, feito relógio.
sem perder o compasso.



"quero porque quero cultivar roseiras."

caio fernando abreu.

9.8.09

pai, tudo de bom.


-
desde pequena, sempre tive certeza.
todo pai é o que a gente quiser.
super-herói, mágico. um exemplo.
saber fazer do todo dia um algo diferente é lindo.
uma proteção que só cabe ai. um amor fundamental. infinito.



"eu disse que achava bonito e difícil ser um tecelão de inventos cotidianos."

caio fernando abreu.

7.8.09

de todos os lados, os de fora, os de dentro, de baixo e de cima.

-
quando era dia de pescaria, ficava toda alvoroçada.
fisgava estrelas, sorrisos e segredos.
depois, ficava ali. matando sua sede de vida.









"a vida grita."

caio fernando abreu.

6.8.09

esse era o segredo, nada mais.

-
foi pegando, uma a uma. guardou dentro da cápsula.
sacudiu, sacudiu, sacudiu.
abriu e, derramou só coração.








"dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias,
confusas, somá-las, diminuí-las
e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."

caio fernando abreu.

5.8.09

porque tudo é vivo vibra brilha.

"sentia algo que não podia definir, como uma vontade louca de correr, de olhar o céu, o sol, as flores."

caio fernando abreu.







-
é que as surpresas plantadas no caminho que ela escolheu,
a faziam querer correr correr correr.
para olhar tudo, para sentir tudo, para ganhar tudo.
e era por isso que ela gostava daqueles (a)braços. os apertados.
porque era ali. era ali que ela encontrava tudo o que tinha de mais bonito na trilha.
e pedalava, corria, seguia. sem olhar para trás.


"aí de repente despencou uma baita estrela cadente,
quase do tamanho da lua, tão grande que cheguei a parar
pra ouvir o tchuááááááááááááááá da estrela caindo dentro do mar...
daí lembrei que podia fazer um pedido, ou três, não sei bem, a gente podia.

então peguei e fiz."

caio fernando abreu.

3.8.09

porque ultrapassa toda dança.

"me deu assim um disparo no coração, feito susto que não era bem susto, porque não tinha medo de nada. ou tinha: medo de uma coisa sem cara nem nome, porque não vinha de fora, mas de dentro de mim."

caio fernando abreu.




-
descobriu que a escada que existe dentro dela é encantada.
escolheu quando e como ia ser.
e foi. continuava subindo sem medo de perder o compasso, ou errar o passo.
era dela. e só.




"e — de repente — senti. estava tudo muito bonito,
e muitas vezes eu choro quando tudo está assim, bonito."

caio fernando abreu.

2.8.09

"e eu danço de olhos fechados, sem medo de perder o ritmo ou errar o passo."

"entenda, a vida tem me embalado de um jeito tão único
que só encontrei meus passos com total entrega.
quando desando, sei bem o que quero...
mas não sei se posso.
não quero licença para ser feliz.
não mais."

cecília braga.


-
de tanto ganhar segredos, ela aprendeu uma lição:
o que é bonito mesmo, de doer, vem de dentro.
porque por fora, tudo muda de cor.
é lindo, muito lindo. tão lindo de se ver.