30.6.09

um, descanso na loucura.


-
o útil, intensifica.
me entrego e, flui.

29.6.09

mas, qualquer outra coisa assim.


-
as vezes, meus dias vão de par em par.
mesmo que eu seja ímpar.

como um ritual.


"e a alegria crescia, expandindo-se em muitas direções, tomando conta das mãos, dos olhos, já transcendia o pensamento para se apossar do corpo inteiro."

caio fernando abreu.



-
era quando acordava com o sol aquecendo os pensamentos.
a expansão, tornava-se cada vez mais evidente.
e era tão quente. tão bom, menino.

28.6.09

quero um instante assim, barroco.

"hoje ouvi várias vezes: você está com uma cara tão boa."

caio fernando abreu.










-
daqueles, roubados. bem de canto.
diversificados.
e ela, caminhava colorido.

27.6.09

a gente se entrega nas menores coisas.


-
parece simples,
mas eu acho tão bonito.
ver a vida como faz o mar,
num grão de areia.







"caminhavam assim, lembrando juntos letras de bossa-nova. ela imitava Nara Leão: se-alguém-perguntar-por-mim. ele, Dick Farney: pelas-manhãs-tu-és-a-vida-a-cantar. nada sabiam de punks, darks, neons, cults, noirs. eram tão antigos caminhando de mãos dadas naquela areia luminosa, macia de pisar quando os pés afundam nela lentamente. tão bom encontrar você, um cantinho, um violão."

caio fernando abreu.

26.6.09

o infinito é nunca. ou sempre.

"tudo explodia num plano muito mais alto, muito mais intenso. nos desvendávamos com a fúria dos que antecipadamente sabem que não vão conseguir jamais."

caio fernando abreu.





-
esses códigos cobertos de flores.
carregados de cheiros.
transbordando de cores. expelindo sabores.
toma, guarda.
você sabe, ele disse. que a melhor sensação é só sua.
amarrou com um laço na ponta.
toma, leve um sorriso meu. um brilho disparou de seu olhar.
olha, tá chovendo lantejoulas.

25.6.09

é um vento mágico, dizem.

"ela explicava, sorrindo — um sorriso diferente dos que costumava sorrir:
— não, gurizinho. quando a gente gosta mesmo duma pessoa, a gente faz essas coisas.
— calou um momento, depois acrescentou:
— faz até pior.
— pior, como? lamber o prato que a pessoa come?".

caio fernando abreu.


-
é que há nuvens.
e quando as nuvens se amontoam,
chove estrelas e lua.

24.6.09

sem forma, sem termo.

" o que quero dizer é que não houve mesmo nada especialmente prévio. nenhum aviso, nenhuma suspeita. "aconteceu sem um sino pra tocar"..."

caio fernando abreu
.



-
e é quando um pouco do brilho vai embora.
aquela coisa bonita,
que só existe dentro das criaturas mais puras: as crianças.
essas coisas deveriam ser proíbidas de acontecer com elas.
um pouco mais dos anjos. de guarda.
o que deveria ser, não cabe.
não se expressa.

23.6.09

uns cheiros, uns charmes. essas coisas.


"e o essencial eram as coisas que coloriram a minha vida."

caio fernando abreu.









-
daquelas noites, sabe?
em que você é super-herói, gueixa e a princesa do castelo.
daqueles amores fundamentais.
daqueles sabores essenciais.
sentimentos diversificados.

22.6.09

tempestade de estrelas coloridas.


-
aquele cheiro, bom.
de borboletas no estômago.
fechou os olhos e saltou.
sem medo.

20.6.09

eram inteiros leveza.


-
é quando a noite é de lua que ri.
de delicadezas que envolvem.
no encontro de olhos,
soerguem flores.

19.6.09

cheia de luz.


-
e o mais bonito foi quando ela descobriu.
que pudia ouvir e entender estrelas.
só quem ama pode.

18.6.09

aquele astral, bonito.


-
e foi assim. desde a hora que abriu os olhos.
teve certeza: hoje, seria um dia mágico.

17.6.09

coisas grandes, pequenas. algumas.


-
esse era seu maior prazer. redescobrir magias.
pequenas felicidades certas.

16.6.09

cadência.

"quando ela demorava a acordar e ele insistia cantando cantigas inventadas num ritmo de caixinha de música: venha ver o sol, oh meu amor! vista sua saia, vamos para a praia! o dia está tão lindo oh meu amor! hoje é domingo lindo de sol."

caio fernando abreu.




-
feito música para os ouvidos.
e ela cantava. contava. encantava. recontava. e, cantava.

essa coisa gentil.


-
gostava de saltar. dois a dois.
era assim que fazia quando o coração virava relógio.

15.6.09

é que eu me sinto como.


"vai um cheirinho de alecrim e muito carinho."

caio fernando abreu.









-
cheiro. bom. sempre. cheiro. é. cheirosa. vírgula.
banho. cheiro. ponto. de arrepiar. vírgula. cheiro.
cheiro de. cheiro. ponto. louco. cheiro. vírgula. só de cheiro?
cheiro. ponto final. cheiros sem fim.

14.6.09

mas o que tinha, era seu.


"azul, azul, inteiramente azul, azul carinho, quase transparente, azul de água clara com pedrinhas no fundo..."

caio fernando abreu.




-
andava com aquela rima grudada na boca.
e, de olhos virados.
as mãos levemente envolvidas.
nós, que não atam nem desatam.

13.6.09

do tamanho do mundo.

-
aqueles dois...
eram como pépé e stella.
cada um tinha a sua estrela. escolhida a dedo.

um presente.
era só pra ter a certeza.
de que quando olhassem pra cima, estariam olhando dentro dos olhos um do outro.



"- você gosta de estrelas?
- gosto.
você também?
- também.
você está olhando a lua?
- quase cheia.
em virgem.
- amanhã faz conjunção com júpiter.
- com saturno também.
- isso é bom?
- eu não sei.
deve ser.
- é sim.
bom encontrar você.
- também acho.
(silêncio)"

caio fernando abreu.

12.6.09

estado agudo de felicidade.


"então, que seja doce.
repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce. quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo; repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. tudo é tão vago como se fosse nada. que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e lembrar de você. que sejam doce os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar. que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e recadinhos bonitinhos. que seja (mais do que) doce a voz ao falar no telefone. que seja doce o seu cheiro. que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. que sejam doce suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. que seja doce a ausência do meu medo. que seja doce o seu abraço. que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão. que seja doce. que sejamos doce."

caio fernando abreu.



-
e uma capacidade de desarmar com um sorriso.
ela estava recheada de flores.
é que no fundo, existem coisas que são só dela.



*feliz dia dos pés com pés.

11.6.09

onde habitam os anjos.



"agora faça um ar de... de absoluta pureza... olhe por cima de todo mundo, para bem longe. você foi tocada por forças mágicas enquanto dormia".

caio fernando abreu.


-
devolveu em tons de azul, todo o vermelho que havia recebido.
é que, tudo o que é suave. toca mais fundo.


"...é hora de fazer tudo o que sempre quis.
e é maravilhoso ver que tudo que sempre quis
é simples, belo, acessível, fácil, do bem."

caio fernando abreu.

10.6.09

"para despertar o vivo de dentro."



"que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. a não ser o belo, que é de ver, não de mastigar."

caio fernando abreu.






"talvez, sim, talvez eu fosse mulher, porque pensava no príncipe, a minha mão direita era a minha mão e a minha mão esquerda era a mão do príncipe, e a minha mão direita e a minha mão esquerda juntas eram as nossas mãos. apertava a mão do príncipe sem cavalo branco, sem castelo, sem espada, sem nada".

caio fernando abreu.



-
dentro dessa divisão. do que se pode controlar.
teve certeza.
aquilo que não podia explicar, era o que se chama de incontrolável.
gostava do que sentia. e o que tinha, nunca era demais.
como era feliz aquela rosa.

9.6.09

"confirmei, quase sorrindo também."


"para manter o eterno verão atrás da janela, eu cantaria até o amanhecer."

caio fernando abreu.





-
aquele tom grave, que só essa voz sabe ter.
balbuciou palavras macias. aveludadas.
"tem sido noites ruins, tenho sentido tanto a sua falta..."
o que a fazia se encher de graça.
apertou o play, e deixou repetir. mais uma vez.
é que, naquele momento, tinha virado a trilha.
fechou os olhos. sorriu. seu sorriso preferido.
entrelaçou. chegaram.

*escutando loucamente

8.6.09

mais um aconchego,



-
"what's a day, when the years are on their way?"

para aconchegar.


-
começou contando o segredo.
e ela envolveu, num abraço que não conseguia terminar.
transpassou aquilo tudo de mais puro. e desejou.
ele sabe. sabe que em seu olhar cabem todas aquelas palavras.
e é por isso. por isso que o abraço nunca tem fim.
do avesso é que se tem dentro. amém!

7.6.09

alguma coisa em.


-
e é assim, quando ela estreita os laços de uma palavra sensível.
agrega valor.
registra o momento, aqueles que merecem eternidade.
caminha entre categorias. e deixa rastros. listras. costura a estrela.
aqui, o instante é.

6.6.09

nascia um jardim nas minhas faces.


"nunca soube a cor exata de seus olhos. quando os via muito de perto, minha única preocupação era observar o movimento dos pontinhos dourados no fundo das pupilas."

caio fernando abreu.


-
desfilava sua alegria, em tons de magenta.
pintava o set.
feito criança esperando o grande evento.

5.6.09

um mundo inteiro feliz.


- você é tão bonita. suave, delicada. a mulher mais feminina que eu conheço.





-
daqui, de onde o vento sopra em lá.
mando um beijo, em sol. pra esquentar...

4.6.09

porque é daí que nascem as canções.


"mas ela não fala. apenas olha. as pupilas cheias de pequenos pontos dourados. pontos de fogo, de ouro, de luz."

caio fernando abreu.


-
aqui, onde o vento sopra em lá.
é ai que gosta de encaixar seus semi-tons.
diz que tem cheiros bem específicos.
assim, uma infinidade de sentidos. dos mais variados.
confessou até que era o que movia. e que as curvas são excitantes.
fez questão de abrir bem os olhos, amendoados.
e teve certeza, era ali que queria morar.
estabeleceu, pois. pequenas imoralidades. em seus sorrisos largos.

3.6.09

as coisas são sempre meio mágicas.


"sem gritaria, ficamos olhando a nuvem-anjo. ninguém mais olhava para ela embora, apesar de discreta, fosse um escândalo."

caio fernando abreu.




-
acordou caminhando sobre nuvens. leve.
com as pálpebras pesadas. mas um pesado tão bom, menino.
é porque ela pensa no que é.

2.6.09

e, um sorriso que derretia satélites.


-
ficava na ponta dos pés.
feito criança esperando doce.
e se lambuzava.

1.6.09

atropelando.


-
guardou cada um em uma bolha. e deixou vazia.
transbordava.
essa coisa de espaço de respiro é fundamental.
o objetivo? talvez a resposta.
o caminho? o que tem mais coração.
um tanto sem nexo. um tanto difuso. um tanto paradoxo. um tanto paradigma.
a anatomia enlouqueceu. e virou tudo coração.
no agora, cabe. no entre, cabe.
sopra, feito brisa. aquece, feito sol. inspira, feito lua. guia, feito estrela.
essas transparências coloridas. bastante antagônicas.
feito coisa feita.