28.2.10

seu ser de cada dia.







daquelas coisas que se aprende e leva no bolso, 
esquerdo.
liberdade, beibe, liberdade é amiga do tempo.






27.2.10

fogo, pimenta, alho, ervas,







por ser mar fez dela um cais, 
 onde ancorava doces mistérios.







24.2.10

a paz de estar.






mergulhava em cada centímetro daquele azul-querer-sem-ter-fim,
era assim quando se sentia um pouco mar.
traçava horizontes pela janela para ver o quanto podia esticar,
era assim quando soltava bolhas de pensamento.
mas naquele agora, só uma bolha rompeu brisa e deixou no ar o que de mais leve tinha:
hoje, sou muito mais árvore.




20.2.10

amanhã era amanhã.






levava com ela a estranha mania de sempre continuar a florir. 
gostava de cultivar jardins.





16.2.10

compartilhado.







e quando faltam palavras, 
jogo com olhares.




14.2.10

toda essa simbiose.






todos os dias ele sentava no mesmo banco, 
pensando que o acontecia ali era verão.
a certeza habitava cada centimetro de coração.
o que ele não sabia, 
era que o olho dele seguia sempre para a mesma direção.
e que ali, era sempre outono.
mas um dia, 
naquele mesmo banco, 
seus olhos piscaram diferente. 
e ele olhou em outra direção.
e descobriu que depois de cada outono, 
sim, 
o que acontecia era verão.






11.2.10

traçar com os olhos.






quando tempo vira coisa rara, a gente gosta de cada fração: 
esse é o jeito mais bonito de descobrir o quanto de significado cabe no valor.





9.2.10

"o que é só caminho, o que é lugar pra morar."







foi caminhando nas horas que aprendeu a costurar instantes no verbo fazer.
resolveu construir ampulhetas e salvar agoras. 
vez ou outra, trocava o lado e, 
pu la va segundos.
mas quando queria p.a.r.a.r: fechava os olhos e guardava o momento. 
é que o tempo, passa ligeiro e não manda lembranças.




8.2.10

minha sede é clara.






leva com ela marcas do tempo, 
à prova de para sempres. 
mas acontece que agora queria fazer a maquiagem de outros jeitos, 
usando outros tons. 
hoje, passou nos olhos pó de sim, 
parou 
e ficou ali, 
olhando além da janela.






5.2.10

essa mania de continuar a florir.






no peito, muitos és: 
esperanças, expectativas, entusiasmo, 
envolvimento, energias, encantamento, euforia, 
em frente, 
seguido do sempre.


4.2.10

dos benefícios do tempo.






gosto do arranhar dos dedos no  d e d i l h a r  do violão.
gosto do porquê da junção que forma maré.
gosto de me ver refletida nos olhos teus.
gosto de ler sorrisos. e de desviar lágrimas.
gosto do sol das seis, bem alaranjado.
gosto da lua cheia, acordando meus arrepios. e da lua que sorri,
pra mim.
gosto de procurar a minha estrela, escolhida a dedo.
gosto do carinho do vento. das cócegas na alma.
e das borboletas no estômago.
gosto do desabrochar. do próximo instante. e do acaso.
gosto do que ficou. do que é. e do que virá.
gosto do que começa com . de pequenas coragens. e do verbo seguir.
gosto da dança de dentro. do ritmo das horas. e do gingado do tempo.
gosto do cheiro da lembrança. do gosto do agora. do som do amanhã.
gosto de sonhos amanhecendo e urgências dormindo.
gosto de recuperar sorrisos e descobrir ângulos.
gosto de voar por cima.
gosto do que mora nas pequenas coisas. gosto do que é  
cheio de sentido.





3.2.10

essa sensibilidade que faz mover.






não se preocupe, ana. 
o caminho é    l   o   n   g   o, mas cheio de novas manhãs. 
a gente   e s t i c a, arrisca, espreguiça 
e puxa um pouco mais
pra além da linha, da conta. 
respira fundo ana, inspira. 
porque é no anoitecer que repousa, em sonhos, a vontade 
de tudo que se espera amanhecer. 
é o novo começando, 
ou recomeçando, tanto faz. 
depende sempre da maneira que se abre as janelas, 
que se foca os olhos.





2.2.10

é porque ela acreditava.








dormiu pensamentos, 
sonhou interrogações 
e acordou urgências.






1.2.10

essa visão das estrelas que me faz sonhar.




elas brotam ali, nas pontas dos dedos. 
vêm de lugares segredos, lugares escolhidos, lugares prazeres, lugares indefinidamente definidos: 
d  e  s  l  i  z  a  r    nas palavras é cheio de sentidos.